Tuberculose ainda é problema de saúde pública
Dados da OMS revelam que houve aumento de quase 500 mil novos casos de tuberculose no mundo
No próximo dia 17 é comemorado o Dia Nacional de Combate à Tuberculose, com o objetivo de alertar para o fato de que a doença ainda existe e tem cura, mas, para isso, precisa ser diagnosticada. Dados mostram que, apesar do aumento de novos casos, o número se mantém dentro do limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A mortalidade causada pela doença no mundo reduziu em 45% desde 1990. No último ano, 9 milhões de pessoas contraíram a tuberculose no mundo e 1,5 milhão morreu em decorrência do mal. No entanto, houve uma queda de 20,3% em relação a 2003, quando a taxa era de 44,4 casos a cada 100 mil pessoas.
O infectologista do Sérgio Franco Medicina Diagnóstica Alberto Chebabo explica que a doença é transmitida por meio da inalação de gotículas provenientes de secreções de uma pessoa infectada. “Quando um portador de tuberculose tosse ou espirra, ou mesmo no próprio ato da respiração, ele dissemina no ar o bacilo responsável por infectar outras pessoas”, adverte. O médico acrescenta que, se um familiar for diagnosticado com a doença, todos os que moram com ele ou têm contato próximo devem realizar exames, como forma de prevenção ou detecção precoce.
A seguir, o especialista esclarece as principais dúvidas a respeito da doença.
1. Como ocorre o contágio da tuberculose?
A tuberculose é causada por um bacilo que geralmente compromete os pulmões. Os principais sintomas da doença são tosse por um período maior do que três semanas, febre, principalmente no fim da tarde, perda de peso sem explicação e sudorese noturna.
2. A doença pode acometer outros órgãos?
Sim. Dessa forma, os sintomas são específicos para cada parte do corpo. Febre prolongada de origem indeterminada pode ser causada, muitas vezes, pela tuberculose. Então, na dúvida, procure sempre um médico.
3. Como é feita a prevenção da tuberculose?
Não existem muitos métodos de prevenção para a tuberculose. Pessoas com tosse devem cobrir a boca com um lenço ou com o braço para evitar a disseminação de microrganismos no ar, inclusive o bacilo da tuberculose. Em crianças, a vacina BCG protege apenas das formas graves da tuberculose, como meningite e doença disseminada. O infectologista recomenda manter hábitos saudáveis de vida, como uma boa alimentação, já que a baixa imunidade também favorece o desenvolvimento da doença. “A tuberculose é um problema de saúde pública no Brasil. Além disso, é muito difícil prever o contato com pessoas doentes. Por isso, é fundamental manter o sistema imunológico em pleno funcionamento”, explica.
4. Existe algum programa de prevenção à tuberculose?
Sim. A criação do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, pelo Ministério da Saúde, em 1996, implantou a Estratégia de Tratamento Supervisionado, recomendada pela OMS. Essa estratégia consiste no fornecimento da medicação e no acompanhamento do uso dos comprimidos por um agente de saúde e permite o efetivo tratamento do paciente e a redução do surgimento de bacilos resistentes aos antibióticos. Essa ação ocorre, principalmente, por causa do grande abandono do tratamento pelos pacientes, pois o período para a cura da doença é muito longo. “Se o paciente fizer o tratamento adequadamente por seis meses, a cura é plenamente possível”, finaliza o médico.
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