Estrela brasileira: comissária de bordo lança livro com as histórias dos tripulantes da Varig

Quem acompanhou, em 1927, a compra de um hidroavião e o início da rota aérea Porto Alegre-Pelotas-Rio Grande levando apenas nove passageiros, jamais poderia imaginar que nascia ali a maior companhia aérea que a América do Sul já teve. Durante quase 80 anos, a companhia levou brasileiros e estrangeiros, com o máximo de segurança e qualidade de atendimento, aos quatro cantos do planeta. E durante 30 anos desse período, a comissária de bordo Cláudia Vasconcelos estava lá, acompanhando, como testemunha, os melhores e os piores momentos. E foi para dividir com os brasileiros, espalhados por todo o mundo, essas emoções que a escritora e poeta lança no dia 27 de maio, às 19h, na Livraria da Travessa, no shopping Leblon o livro Estrela Brasileira (Kindlebookbr).

Entre pesquisas, redação, revisão e impressão, o livro foi produzido em três anos e meio e foi inspirado na sua própria história e nos depoimentos de colegas e frequent flyers. Para dar visibilidade e corpo às suas lembranças, Cláudia criou um blog com fotos e textos, o qual é acessado por brasileiros e estrangeiros em todo o mundo.
Além de depoimentos de personalidades como o cirurgião plástico Ivo Pitanguy, Cláudia ouviu comissários de bordo e ex-funcionários que permitiram a ela contar a história da Varig do nascimento ao encerramento dos voos.
.A Varig foi a grande embaixadora do Brasil no mundo, a tal ponto que quando apresentou sinais de declínio, ficamos sem acreditar que isso pudesse acontecer. Parecia parte da gente, já que nós nos sentíamos parte da Varig, lembra Ivo Pitanguy.
O livro trata também da administração da Aerus, fundo de pensão dos funcionários da empresa que sofreu intervenção do Governo Federal após diversas decisões equivocadas. A situação difícil dos ex-funcionários, a maioria totalmente desamparada e alguns já falecidos, levou Cláudia a criar a expressão "câncer de angústia".

Curiosidades-O livro, de fácil leitura e linguagem direta, traz histórias divertidas e curiosidades até hoje não reveladas. Em uma delas, Cláudia conta como socorreu o autor brasileiro Gilberto Freire, autor de Casa Grande e Senzala, usando uma garrafa portátil de oxigênio. Gilberto teve um mal súbito durante um voo da Varig.
Algumas histórias são mais dramáticas, como o caso da passageira que, em meio a uma fortíssima turbulência no voo entre Buenos Aires e Montevidéo, teve uma fratura exposta após ser lançada ao teto do banheiro e depois cair sobre a pia. Ou em outro caso de turbulência, os passageiros de um voo entre Salvador e Aracaju passaram por maus momentos após se deliciarem com casquinhas de siri e chopps.
A autora lembra ainda a contratação por Ruben Berta do Barão Austríaco Max Von Stuckart que chegou a Vogue, casa noturna no Rio, para comandar a virada que aconteceria nas aeronaves. Logo na chegada, Berta deixou claro o que queria: “faça algo de que possamos nos orgulhar”. E foi nesse período que a Varig ganhou o slogan “a maneira mais elegante de voar” Um exemplo da qualidade e até, porque não dizer, da suntuosidade reinante nos aviões da Varig foi o voo inaugural pra Nova Iorque, com vários políticos e personalidades. O luxo e a sofisticação impressionavam. Logo na entrada, os casacos e os paletós dos convidados eram recolhidos por lindas, e eficientes, comissárias de bordo, numerados e guardados.

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