Carnaval: cuidado com a doença do beijo

A doença tem chamado a atenção dos profissionais da área da saúde pela grande quantidade de pessoas infectadas.

O carnaval é considerado a última festa antes de o brasileiro “pegar no batente”. Para muitas pessoas, principalmente para os adolescentes, é também o momento de uma “atividade extra” na festa: beijar na boca. O problema, entretanto, é que, apesar de ser muito prazeroso, o contato pode transmitir uma doença chamada mononucleose infecciosa, popularmente conhecida como doença do beijo, que raramente tem possibilidade de se transformar em meningite, anemia hemolítica ou outras doenças mais sérias.

A mononucleose é altamente contagiosa e pode ser transmitida por transfusão de sangue e, principalmente, pela saliva. Atinge qualquer faixa etária, sendo mais comum entre adolescentes e jovens adultos. De acordo com Alberto Chebabo, infectologista do Bronstein Medicina Diagnóstica, alguns cuidados pessoais podem evitar a contaminação: “Os principais fatores para a proliferação da mononucleose são a grande concentração de pessoas em um pequeno espaço, o que propicia aglomeração e facilita a dispersão do vírus, e a troca de saliva por meio do beijo”.

Os principais sintomas da doença do beijo são febre, dor de garganta, mal-estar, fadiga e aumento do tamanho dos gânglios (com dor), do fígado e do baço, o que dura, em média, três semanas. Cerca de 10% dos casos apresentam erupção cutânea, o que deixa a pele avermelhada e com aspecto de lixa. Esses números podem atingir 100% dos pacientes se todos se submeterem a tratamento inapropriado com antibióticos, como a penicilina. “A mononucleose é uma virose, e esses remédios não têm indicação no tratamento. Só estão indicados quando a doença se complica em algum processo bacteriano”, alerta Carlos Figueiredo, chefe do CCIH do Hospital de Clínicas Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Outros fatores que facilitam a proliferação da doença é que o período de incubação do vírus poder chegar a 30 dias, não existe tratamento específico e a prevenção é complicada. “Até o momento, não existe nenhuma vacina contra a doença do beijo. Geralmente, a virose não é fatal”, revela Carlos Figueiredo.

O diagnóstico nem sempre é fácil, porque outras viroses também apresentam um quadro clínico semelhante. No momento da análise, o médico tem que se basear na história epidemiológica, no quadro clínico e em exames complementares sugestivos. “Exames laboratoriais podem apresentar linfócitos atípicos, o que serve de orientação para o médico prescrever o melhor tratamento”, diz Chebabo.

Já para os testes específicos para mononucleose, existem pesquisas de anticorpos heterófilos (monoteste), que podem apresentar resultados falsos positivos e falsos negativos (na presença de outras patologias), sendo atualmente pouco recomendadas. O método de escolha para o diagnóstico é a sorologia para a pesquisa de anticorpos IgG e IgM para Epstein-Barr, pois apresenta maior sensibilidade e especificidade, podendo indicar a presença de doença ativa ou passada. “Atualmente, já está disponível a pesquisa do próprio vírus pela técnica de PCR em alguns materiais como sangue e secreções respiratórias, o que possibilita um diagnóstico mais específico”, finaliza o infectologista do Laboratório Bronstein.

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