Sífilis tem novo fluxo diagnóstico

No Dia Nacional de Combate à Sífilis, 18 de outubro, infectologista explica novo diagnóstico.
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) capaz de infectar praticamente todos os órgãos e tecidos, provocando as mais variadas manifestações clínicas. A transmissão se dá por contato sexual, por meio de pequenas lesões na pele e nas mucosas, genitais ou extragenitais. Raramente é transmitida por transfusão sanguínea ou pela placenta. O diagnóstico é sempre clínico-laboratorial, mas o exame agora tem uma nova metodologia, que reúne dois tipos diferentes de abordagem simultânea, tornando a confirmação da doença mais efetiva.
De acordo com Alberto Chebabo, médico infectologista do Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, os testes de análise devem ser cuidadosamente avaliados em todas as fases. “Os exames são usados rotineiramente e podem ser de duas categorias. A primeira – teste não treponêmico – é a mais importante, pois estabelece o diagnóstico, que, quando positivo, pode ser usado para verificar a eficácia do tratamento. O resultado é obtido depois de quatro a seis semanas de infecção ou uma a três semanas do aparecimento da lesão primária (cancro). No entanto, esse exame não é específico, pois pode dar positivo também para doenças causadas por outros treponemas e agentes infecciosos, como malária, mononucleose infecciosa, lepra, doenças do tecido conjuntivo e autoimunes e hepatite C, e também em grávidas e em idosos”, explica ele. A segunda categoria são os testes treponêmicos, nos quais o antígeno é o próprio treponema ou suas proteínas, com as quais os anticorpos reagem.
A novidade é que os laboratórios estão reformulando o fluxograma dos testes de sífilis e, agora, realizam os dois tipos de exame ao mesmo tempo. “Essa decisão foi tomada para se obter um diagnóstico mais preciso e rápido, tanto da doença ativa quanto de cicatrizes de doença prévia”, esclarece o especialista, que salienta que se percebe um aumento no número total de casos em diferentes regiões do país. No Brasil, as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre infecções de transmissão sexual na população sexualmente ativa mostra a sífilis como uma das doenças mais comuns, que atinge cerca de 937 mil pessoas.
Alberto Chebabo explica que, clinicamente, a sífilis se apresenta em três fases. A primeira é como uma infecção recente (sífilis primária), em que a lesão inicial é o cancro duro, que aparece duas a seis semanas após a contaminação e desaparece cerca de quatro semanas depois sem deixar cicatrizes, mesmo sem tratamento. A segunda forma, a sífilis tardia, surge após o primeiro ano de evolução e ocorre em indivíduos não tratados ou inadequadamente tratados. Nessa fase, as manifestações podem acontecer na pele, nos ossos, no coração, no cérebro e em outros órgãos. Na sífilis secundária há a disseminação dos treponemas pelo organismo. “Como a primeira e a segunda fases são separadas por um período latente e sem sintomas, a doença pode ser altamente destrutiva e levar a complicações graves e até à morte”, diz o infectologista. Já a terceira fase se caracteriza por lesão em estruturas, principalmente do sistema nervoso central. “Vale ressaltar que esta é uma doença altamente transmissível, sem vacina, e cujo tratamento é curativo. Mas, para tanto, é necessário diagnóstico precoce”, finaliza.

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