Casos de malária na Região Serrana preocupam autoridades de saúde

A melhor forma de se prevenir é evitar a picada do mosquito transmissor com o uso de repelente
A recente confirmação de 14 casos de malária na Região Serrana do Rio é motivo de preocupação entre as autoridades do estado.
Estima-se que mais de 40% da população mundial esteja exposta ao risco de adquirir malária. No Brasil, a Região Amazônia concentra 99,6% dos casos de transmissão da doença, o que a torna uma área endêmica no país. No entanto, em apenas um ano, os registros na região caíram 26%, com mais de 177 mil casos identificados em 2013 contra 241 mil em 2012. A queda no número de mortes ainda foi mais expressiva, chegando a 40%.
De acordo com o infectologista Alberto Chebabo, do Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, o avanço é resultado da agilidade no diagnóstico: “Quando a malária é identificada logo, seu tratamento é relativamente simples, mas, se houver demora, pode ser fatal. No Brasil, ocorrem cem vezes mais óbitos por malária causada pelo Plasmodium falciparum fora das áreas da Região Amazônica do que propriamente na área endêmica, pois lá cerca de 60% dos casos são identificados nas primeiras 48 horas de infecção”, detalha Chebabo.
No país, a malária pode ser causada por três espécies de parasitos do gênero Plasmodium: o P. falciparum, o P. vivax e o P. malariae. Mas só um deles é letal, o P. falciparum, que se multiplica rapidamente na corrente sanguínea, destruindo de 2% a 25% do total de hemácias (glóbulos vermelhos) e provocando um quadro de anemia grave.
O parasito é transmitido pela picada de mosquitos infectados do gênero Anopheles. Por isso, a melhor forma de se prevenir contra a doença é evitar a picada de mosquito com o uso do repelente. “Essa é a melhor e a única forma de se proteger da doença. A pessoa infectada pela malária tem como sintomas, sobretudo, febre e dor de cabeça. Na maior parte dos casos, a febre acontece em períodos de 48 horas ou 72 horas, indo e voltando. E entre esses períodos o paciente se sente aparentemente bem, o que pode fazer com que a doença seja confundida com outras viroses. Mas se a pessoa esteve em ambientes de mata, deve informar ao médico para que seja feito um diagnóstico diferenciado para saber se é um caso de malária”, alertou Chebabo.
O tratamento se dá com medicamentos antimaláricos, geralmente por via oral. Ainda não existe vacina contra a doença. Segundo Chebabo, a diversidade entre as espécies de parasitos causadores da enfermidade e o fato de que a infecção atinge e confunde o sistema imunológico são desafios na busca por um imunizante efetivo.
Saiba mais sobre a doença
 O que é a malária?
 É uma doença infecciosa, febril, potencialmente grave, causada pelo parasita do gênero Plasmodium, transmitido ao homem, na maioria das vezes, pela picada de mosquitos do gênero Anopheles infectados. No entanto, pode ser transmitida também pelo compartilhamento de seringas, transfusão de sangue ou até mesmo da mãe para o feto, durante a gravidez.
 Quais são os sintomas da doença?
Após a picada do mosquito transmissor, o Plasmodium falciparum – a espécie mais agressiva que afeta o ser humano – permanece incubado no corpo do indivíduo infectado por, no mínimo, uma semana. A seguir, surge um quadro clínico variável que inclui calafrios, febre alta (no início, contínua e, depois, com frequência de três em três dias), sudorese e dor de cabeça. Podem ocorrer também dor muscular, taquicardia, aumento do baço e, por vezes, delírios.
Nos casos mais graves da doença, também se pode desenvolver a malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da enfermidade. Nessa variação, além de febre, o paciente pode apresentar dor de cabeça; ligeira rigidez na nuca; perturbações sensoriais; desorientação; sonolência ou excitação; convulsões e vômitos e até entrar em coma.
A doença causada pelo P. vivax – como os casos adquiridos em regiões de Mata Atlântica – normalmente tem um curso mais brando e lento e raramente leva ao óbito ou a complicações graves, normalmente cursando apenas com febre a cada 48 horas e dor de cabeça, sem outros sintomas associados.
Diagnóstico
O diagnóstico tardio e a falta de profissionais familiarizados com o quadro da doença fora da região endêmica são as principais causas de morte por malária. No Brasil, por exemplo, ocorrem cem vezes mais óbitos por malária causada pelo P. falciparum nas áreas fora da Região Amazônica do que propriamente na região endêmica.
Por isso, é importante que as pessoas com suspeita de malária que residem fora da Região Amazônica procurem imediatamente um serviço especializado no diagnóstico e tratamento da doença.
O diagnóstico dos pacientes com suspeita de malária se dá por meio de exames parasitológicos por microscopia ou de testes rápidos de diagnóstico (rapid diagnostic test – RDTs).
Como tratar?
O tratamento da doença consiste basicamente em eliminar, o mais rápido possível, o parasita da corrente sanguínea do indivíduo e, por isso, deve ser iniciado o quanto antes. Para prevenir complicações, é fundamental que a terapia com antimalárico seja imediata – até 24 horas após o início da febre. Porém, vale ressaltar que o tratamento pode variar de acordo com a espécie do parasita que ocasionou a enfermidade.
Como prevenir a doença?
A prevenção da malária consiste no controle/eliminação do mosquito transmissor e pode se dar por meio de medidas individuais –uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas e uso de repelente.
Como o mosquito tem hábitos vespertinos, é importante evitar entrar em áreas de mata no final da tarde, horário em que a fêmea do mosquito Anopheles se alimenta.
Medidas coletivas em áreas endêmicas povoadas e cidades na Região Amazônica incluem drenagem de coleções de água; pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor; aterro; limpeza das margens dos criadouros; modificação do fluxo da água; controle da vegetação aquática; melhoramento da moradia e das condições de trabalho e uso racional da terra.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

GUIA DE SEBOS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

A COMPOSIÇÃO DO GLÚTEO

FLAMENGO: BAIRRO DE ASSALTOS E INSEGURANÇA