Mulheres são nove vezes mais atingidas pelo Lúpus

 Embora mais frequente entre os 20 e 45 anos, a doença também pode acometer crianças e idosos
 São dois os tipos de lúpus eritematoso mais frequentes: o cutâneo e o sistêmico. O primeiro atinge a pele, sem comprometer os órgãos internos. O aparecimento de manchas avermelhadas principalmente na região do colo, orelhas, nas maçãs do rosto e no nariz – estas últimas no formato de asa de borboleta –, é uma manifestação cutânea característica da doença. Já o lúpus sistêmico costuma atingir, além da pele, diferentes órgãos, membranas e grandes articulações.
A Sociedade Brasileira de Reumatologia estima que 65 mil pessoas tenham lúpus eritematoso sistêmico no país, a maioria mulheres, já que elas são nove vezes mais atingidas do que os homens. Embora mais frequente entre os 20 e 45 anos, a doença também pode acometer crianças e idosos. Mais de 95% dos pacientes têm inflamação nas juntas, principalmente das mãos, punho, joelho e pés.
De acordo com Izidro Bendet, médico do laboratório Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, o lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico, que passa a produzir anticorpos que atacam as proteínas das próprias células, erroneamente identificadas como prejudiciais à saúde.
A causa do lúpus ainda é desconhecida e, segundo o médico, existem fatores precipitantes, como a exposição ao sol, infecções, estresse emocional, cirurgias e gravidez. Os quadros mais preocupantes da doença são o comprometimento do coração, cérebro, rins e das plaquetas. Segundo Izidro, a doença normalmente evolui de forma lenta e progressiva por meses e apresenta fases de atividade e remissão. Devido à grande variedade de sintomas, o diagnóstico do lúpus na fase inicial pode ser difícil.
“A doença pode apresentar, no começo, sintomas como emagrecimento, lesões cutâneas, dor nas juntas, queda de cabelo, aftas, febre, perda de apetite e fraqueza. O rim também pode ser comprometido, desencadeando a insuficiência renal, uma das mais graves consequências ocasionadas pelo lúpus”, revela o especialista.
Diagnóstico e tratamento 
O lúpus é diagnosticado por uma avaliação clínica e pela realização de alguns exames de sangue e urina. A dosagem de anticorpos antinucleares  (FAN) é uma importante ferramenta para um diagnóstico preciso. “Este exame laboratorial deve ser feito sob recomendação do médico e acompanhado da pesquisa de outros autoanticorpos, que são os principais marcadores da doença.”, explica Izidro. 
A definição do tratamento vai depender das principais queixas do paciente e das manifestações clínicas da doença. O tratamento pode variar em intensidade e quantidade de medicamentos, dependendo da fase da doença em atividade ou não ativa em remissão. O mais comum é a utilização de anti-inflamatórios não hormonais, cortisona ou imunossupressores.
Além do tratamento, as pessoas com lúpus devem ter cuidados com a saúde incluindo uma boa alimentação, repouso adequado, evitar situações que provoquem estresse, praticar atividade física regular e ter cuidados rigorosos com a higiene, pelo risco de ter infecções.
A proteção solar também é recomendada aos pacientes, já que o sol pode piorar alguns dos sintomas dermatológicos e causar o agravamento da inflamação dos órgãos internos. Além disso, deve-se evitar alimentos ricos em gorduras, álcool, anticoncepcionais com estrogênio e o cigarro.
Izidro lembra que, quem tem lúpus, deve sempre ter a carteira de vacinação em dia, já que a imunização aumenta as defesas do corpo. As vacinas mais importantes são as contra a pneumonia pneumocócica e contra o vírus da gripe. Se a pessoa estiver utilizando imunossupressores, incluindo os corticoides, não deve receber vacinas com vírus vivos atenuados como as da febre amarela, varicela, rotavirus e Sabin.“Por ser uma doença crônica, é essencial o acompanhamento médico regular, que deve ser definido de acordo com o nível de atividade e a evolução do lúpus”, finaliza o médico.


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