OS BLOCOS DE RUA E SUAS ORIGENS

Os Blocos de Rua surgiram no Rio no final do século XIX. Grupos de pessoas invadiam as ruas da cidade durante o Carnaval em busca de diversão.

No início do século XX, teve início a organização da "confusão" carnavalesca. Foi quando definiram as "categorias" da folia, que eram divididas em "sociedades carnavalescas" (sofisticadas), os "ranchos" (sociáveis), os blocos e os cordões (mais populares).
Como os blocos situavam - se entre os ranchos e os cordões, acabaram adquirindo as características de ambos e essa ambivalência serviu de inspiração para que os grupos de samba tivessem a aceitação da sociedade no final da década de 1920 e passassem a ser denominados, na década seguinte, escolas de samba.
Conversando com Aparecida Klebis, moradora da Lapa e integrante de alguns blocos de Santa Teresa, ela nos contou que “o carnaval de rua era melhor e menor. Era um momento lindo onde as famílias se juntavam para brincar nas ruas, com tranquilidade. Muitos se vestiam com roupas iguais. O carnaval de rua deixou de ser uma brincadeira, e hoje é um concentrador de investimentos. Muita gente que não tinha dinheiro para ver ou participar das escolas de samba, se divertia com amigos nas ruas da cidade. Agora é um evento comercial, onde tanto o setor hoteleiro como o comércio lucram cada vez mais”.
Já para o jornalista André Trigueiro, “os blocos de rua eram poucos e menores.  Era uma época de luxo, pois existiam muitos clubes na cidade. Todos os dias havia baile em algum lugar. Alguns, como o Teatro Municipal e o Sírio Libanês davam festas até no sábado de aleluia. Os blocos reuniam as famílias, vizinhança, amigos e não tinham preocupação, fiscalização, e apelo comercial, pois para a Prefeitura é um evento estratégico para movimentar a economia e reforçar a imagem da cidade no mapa do turismo momesco”.
De acordo com Antônio Tôrres, morador de Botafogo, “os blocos eram poucos, espontâneos e muito originais. Hoje há uma verdadeira explosão de blocos pela cidade. Só esse ano são mais de 500 inscritos. Os bons tempos não voltam mais. Atualmente, os blocos existentes têm muita sofisticação, burocracia, envolvimento comercial. Houve uma época que os blocos foram sumindo, por volta de 1970/80, mas, quando voltaram vieram bem estruturados, com suas fantasias, integrantes, e seus dias e horários certos, tudo dentro dos requisitos legais”.
E assim, o nosso carnaval, uma tradição cultural se mantem vivo, e emocionando à todos.

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