Riscos de desenvolver doenças cardíacas crescem 25% durante o inverno

Baixas temperaturas forçam o sistema cardiovascular a trabalhar mais para manter o equilíbrio térmico, podendo levar à sobrecarga

Os dias mais gelados podem trazer algumas complicações para a saúde, e uma delas está diretamente relacionada à saúde do coração. Temperaturas mais frias, com médias diárias abaixo de 14ºC, têm chances de desencadear a diminuição da circulação sanguínea no músculo cardíaco, com aumento de até 30% nos casos de morte por infarto do miocárdio.

Segundo a cardiologista Adriana Xavier de Brito, integrante do corpo clínico da CDPI e coordenadora do Serviço de Cintilografia na unidade MDX, o organismo sofre diversas modificações decorrentes do frio e, com isso, os riscos de problemas cardíacos também aumentam nessa época. Em recente pesquisa da American Heart Association (Associação Americana do Coração), constatou-se que o inverno aumenta de 20% a 25% a incidência de doenças cardiovasculares. Os riscos crescem especialmente entre as pessoas que já apresentam alguma predisposição ou que já sofrem de problemas cardíacos. Os indivíduos que têm hipertensão arterial e/ou diabetes ou são tabagistas e os idosos são os mais vulneráveis. 

A dra. Adriana explica que isso ocorre porque o organismo em baixas temperaturas sofre um fenômeno chamado vasoconstrição por causa da maior liberação de adrenalina e noradrenalina. Essa vasoconstrição leva à sobrecarga do coração, que passa a trabalhar com mais força e bombear mais sangue, para atender às necessidades do organismo em manter o equilíbrio térmico. Essas reações podem provocar dor torácica, respiração superficial pela boca e aumento da frequência cardíaca.

“A alteração no calibre dos vasos, principalmente das artérias coronárias, decorrente do frio pode causar isquemia miocárdica, por menor circulação do sangue nessas artérias, e provocar sintomas anginosos (dor no peito) e até infarto do miocárdio”, diz a cardiologista.

Para os idosos, os perigos são ainda maiores. A médica alerta que o frio também pode aumentar a pressão arterial e o risco de o idoso ter um acidente vascular cerebral ou cardíaco. Ela ainda lembra que, no período do inverno, o organismo está mais suscetível às doenças infecciosas virais e bacterianas, principalmente respiratórias, que podem promover maior demanda metabólica ao organismo, causar sobrecarga ao músculo cardíaco e desencadear quadros de insuficiência cardíaca em que o principal sintoma é a falta de ar.

“Por isso, uma recomendação direcionada à população mais idosa, acima de 70 anos, é a vacinação contra a gripe no período que antecede o inverno. As pessoas também devem cuidar dos hábitos alimentares, que se alteram nessa época, e devem praticar exercícios físicos mesmo com baixas temperaturas”, explica a dra. Adriana. Geralmente, as pessoas optam por alimentos mais pesados e ricos em gordura no inverno, além de diminuir a frequência das atividades físicas. “Essa combinação pode ocasionar descontrole dos fatores de risco para doenças cardíacas”, finaliza.

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