PROJETOS DE DESPOLUIÇAO FICAM NO PAPEL
PROJETOS DE DESPOLUIÇAO FICAM NO PAPEL
Por Rafaela Grande de Sá Freire Torres
Os projetos para a recuperação da Baía de Guanabara são antigos e infelizmente continuam no papel. A Baia é muito heterogênea com regiões mortas e outras ainda vivas. A praia de Botafogo, por exemplo, fica próxima à boca da Baia e por isso tem grande influência das águas costeiras que entram com a maré. Os aterros, feitos ao longo dos anos, prejudicaram muito a circulação dentro da Baia. Na região da Ilha do Fundão, não há renovação de água e o assoreamento do Canal do Cunha foi acelerado, fechando assim uma das vias de circulação de água. Quanto mais próximo das favelas, maior é a quantidade de lixo acumulado. Além de caracterizar uma agressão ao meio ambiente, a poluição crítica também põe em risco a navegação na baía.
- Danificou várias embarcações nossas, e a gente tem prejuízo com isso. Também não dá para trabalhar com a poluição do fundo do mar - conta o pescador Adriano Freitas.
Uma operação da Secretaria Estadual do Ambiente retirou da Baía de Guanabara 280 kg de lixo flutuante. Além de deixar as águas mais limpas, a medida também é para dar mais segurança no trajeto das embarcações de passageiros.
- Estamos ampliando esse trabalho que nós já fazíamos nas eco-barreiras dos rios que afluem para a Baía de Guanabara. Além disso, fazemos essa coleta no trajeto das barcas, nos pontos de maior concentração de lixo - informou a secretária Marilene Ramos.
A situação da Baía de Guanabara é bastante complexa tendo em vista que recebe parte do lixo produzido em 16 municípios e essa poluição ainda aumenta o risco de acidentes. Por isso, três barcos começaram a recolher a sujeira da água.
- Toda essa poluição põe em risco a navegação na Baía - comenta Adriano Freitas, de 27 anos e desde os 15 vive da pesca.
No caso particular da praia de Botafogo, ainda é necessário considerar a poluição crônica por óleo já que tem atividade marinha.
- Que não se lance lixo ou que a gente consiga reter o lixo nos rios e canais. Isso resolve o problema do lixo na Baía de Guanabara - afirma o oceanógrafo David Zee.
- Estamos ampliando esse trabalho que nós já fazíamos nas eco-barreiras dos rios que afluem para a Baía de Guanabara. Além disso, fazemos essa coleta no trajeto das barcas, nos pontos de maior concentração de lixo - informou a secretária Marilene Ramos.
A situação da Baía de Guanabara é bastante complexa tendo em vista que recebe parte do lixo produzido em 16 municípios e essa poluição ainda aumenta o risco de acidentes. Por isso, três barcos começaram a recolher a sujeira da água.
- Toda essa poluição põe em risco a navegação na Baía - comenta Adriano Freitas, de 27 anos e desde os 15 vive da pesca.
No caso particular da praia de Botafogo, ainda é necessário considerar a poluição crônica por óleo já que tem atividade marinha.
- Que não se lance lixo ou que a gente consiga reter o lixo nos rios e canais. Isso resolve o problema do lixo na Baía de Guanabara - afirma o oceanógrafo David Zee.
Não faltam exemplos cristalinos que o problema é grave e preocupa, senão a classe política mandante, os habitantes da cidade diretamente atingidos pela poluição que, com certeza, continuarão a exigir, cada vez mais, a presença das autoridades para apresentar soluções concretas e viáveis.
A Baia de Guanabara é um dos ambientes mais degradados do país, tanto do ponto de vista ambiental quanto social, em razão de um processo de destruição, que se acentuou com o modelo de desenvolvimento urbano industrial, atualmente com sua roupagem neoliberal.
Apesar do crescimento populacional nas últimas décadas, o Estado deixou de investir em saneamento básico, provocando graves problemas sanitários e de abastecimento de água. O prazo para uma efetiva recuperação da Baia, que se dará em décadas, será proporcional ao aporte de recursos, desenvolvimento de projetos e do engajamento dos diversos agentes governamentais.
O Dia Mundial da Água foi bom para refletirmos sobre o futuro sombrio em nosso planeta. Com as praias contaminadas, qualquer pessoa pode pegar verminoses, micoses, fungos e bactérias como a da cólera. É nas areias e praias da cidade que o perigo tem sido mais imediato.
Os abraços se multiplicaram pela despoluição das praias de Ramos e de Botafogo, das lagoas Rodrigo de Freitas e da Barra da Tijuca. Com essa atitude mostrou-se que o governo estadual não aplicou em 1999 e até junho de 2000 um centavo sequer em investimentos ambientais. Dos R$ 80 milhões previstos para os órgãos ambientais, R$ 4 milhões foram empenhados ou liquidados em gastos com administração e pessoal. Um verdadeiro absurdo, demonstrando o absoluto desinteresse da classe política para a solução do problema.
As verbas ambientais foram desviadas em 1999 para pavimentar estradas. Os órgãos ambientais vivem desaparelhados, à míngua de recursos, e as agressões ao meio ambiente se avolumam. O abraço da praia de Botafogo resultou em uma audiência pública na ALERJ para debater soluções para a sua despoluição, com a participação do presidente da CEDAE e da presidente da Associação de Moradores de Botafogo.
- Esse é um trabalho permanente e que nós, à medida que formos avaliando os resultados positivos dessa operação, vamos conseguir novas parcerias para ampliar - comenta Marilene Ramos, secretária estadual do Ambiente.
O ambientalista Sérgio Ricardo diz que o esgoto de quatro bairros da Zona Sul está indo direto para o mar.
- O esgoto é lançado nas praias da Zona Sul e no interior da baía. Para o banhista, é um crime contra a saúde pública - alerta o ambientalista.
A funcionária pública Clariza Cozzolino diz que, além dos esgotos domésticos e industriais, os navios também contribuem com a sujeira.
- Quando eu ia pescar com o meu marido, os navios entravam e abriam alguma comporta de cozinha, não sei se dos banheiros também, mas era laranja boiando, sacos de leite.
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